Influência do volume do corpo do osso zigomático na ancoragem apical durante o planejamento virtual de cirurgias de zigomático duplo
Aluno: Sidnei Antonio Moro
Orientador(a): Profa. Dra. Flávia Gasparini Kiatake Fontão
Área: Implantodontia
Ano: 2025
RESUMO
O objetivo deste estudo foi verificar a viabilidade da reabilitação pela técnica Quad Zygoma, avaliando a possibilidade de instalação de dois, um ou nenhum implante zigomático (IZ) por hemiarco, com base em mensurações anatômicas em tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC). Foram analisadas 158 tomografias de pacientes totalmente desdentados, totalizando 316 ossos zigomáticos. Foi realizado o planejamento virtual da instalação de zigomático duplo (Quad Zygoma) por hemiarco, com diâmetro de 3,5 mm, porção coronária cilíndrica, corpo com superfície lisa para abordagem extramaxilar e ápice cônico com rosca trapezoidal, totalizando 632 implantes simulados, utilizando o software de navegação cirúrgica CoDiagnostiX®. Após a segmentação do osso zigomático, realizou-se uma análise descritiva das medidas de espessura e altura, do comprimento da ancoragem apical (B–Ju) nos terços superior e médio do osso zigomático, além do comprimento total do implante (A–Ju), ângulo de instalação dos IZ, tipo de concavidade maxilo-sinusal (rasa, média ou profunda) e técnica cirúrgica utilizada (Brånemark, Stella ou Exteriorização). Posteriormente, foi calculado o volume do osso zigomático nos terços superior e médio, e correlacionou-se esse volume com as demais variáveis morfológicas por meio do teste de correlação de Pearson. A análise revelou correlações estatisticamente significativas entre o volume total e a espessura e altura óssea nos terços superior e médio (r = 0,56 a 0,60; p < 0,001), além de correlação com os comprimentos de ancoragem apical (B–Ju) e comprimento total do implante (A–Ju). No entanto, não houve correlação significativa entre o volume e o ângulo de instalação dos IZ (p > 0,05). Em seguida, foram realizadas análises de associação entre o volume do osso zigomático (categorizado pela mediana) e o tipo de concavidade, bem como entre o volume e a técnica cirúrgica, não sendo encontradas associações estatisticamente significativas (p = 0,152 e p = 0,081, respectivamente). No entanto, observou-se associação significativa entre a técnica cirúrgica e o tipo de concavidade maxilo-sinusal (p < 0,001), indicando que o planejamento cirúrgico pode ser influenciado pela anatomia da parede lateral do seio maxilar. O volume do osso zigomático nos terços superior e médio (calculado com base nas medidas de espessura e altura) também foi utilizado no estudo da viabilidade de instalação de 1 IZ por região na técnica do zigomático duplo . Com base nos resultados, 79,34% dos pacientes poderiam ser reabilitados com zigomático duplo por hemiarco; 99,52% com pelo menos um implante por hemiarco; e apenas 0,48% não apresentaram viabilidade para instalação de implantes zigomáticos, indicando alta taxa de reabilitação com a técnica do zigomático duplo.